sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Dinheiro público para a revolução social - Por Gregorio Vivanco Lopes (*)










É grande a rejeição que o MST vem encontrando por parte dos trabalhadores rurais, quando se trata de doutriná-los para formar o “exército de Stédile” (na expressão de Lula), com vistas a produzir levantes em favor da revolução social marxista.
Nem mesmo os ventos fortemente soprados de Roma em favor do líder do MST foram capazes de arrastar nossos meritórios e sagazes homens do campo. Sempre há os oportunistas, à procura de obter vantagens, mas deixar-se levar por sectarismos anticapitalistas é outra questão bem diferente.
Na procura de alternativas para esse impasse, a esquerda tem lançado com “bombos y platillos” — como dizem pitorescamente nossos vizinhos hispano-americanos — ou seja, com grande estardalhaço, uma espécie de MST urbano, visando criar nas cidades a agitação que não encontra eco no campo.
O novo factoide atende pela sigla MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) e, como seu símile interiorano, não quer ter personalidade jurídica. Assim, ele pode mais facilmente receber dos governos, através de associações interpostas, os milhões de reais que enchem suas arcas, sem necessidade de prestar contas a ninguém.
Seu líder máximo, tirado de um dia para outro da cartola e elevado pela propaganda midiática do anonimato aos galarins da publicidade, chama-se Guilherme Boulos.
A respeito desse conjunto artificial, mas perigoso pelos apoios de que goza em altas esferas eclesiásticas e leigas, o diário “O Estado de S. Paulo” apresenta, em editorial de 2 de dezembro último, alguns dados interessantes que vale a pena considerar.
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Desde que o PT chegou ao governo federal, o poder público vem financiando “movimentos sociais”, sempre prontos para tumultuar o cotidiano dos brasileiros e o funcionamento das instituições.

Nascido no fim dos anos 1990 a partir das fileiras do MST, o MTST visa “formar militantes e acumular forças no sentido de construir uma nova sociedade”, segundo o site da organização.

Só a Associação de Moradores do Acampamento Esperança de Um Novo Milênio, vinculada ao MTST, recebeu mais de R$ 81 milhões do “Programa Minha Casa, Minha Vida — Entidades” no estado de São Paulo, o equivalente a quase cinco vezes mais que a segunda colocada entre as entidades beneficiadas pelo programa federal. Na lista aparece ainda o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra Leste 1, com repasses de quase R$ 8 milhões.

Trata-se, pois, de um movimento “obviamente financiado pelo Estado para solapar e, se possível, derrubar os alicerces democráticos desse mesmo Estado”, diz o editorial. Ora, não cabe ao Estado, com o dinheiro dos impostos, “financiar movimentos que atuam fora da lei”.

O MTST prega, por exemplo, a “luta contra o capital e o Estado que representa os interesses capitalistas” e diz abertamente que uma de suas formas prediletas de atuação é o bloqueio de rodovias.

O que tem esse bloqueio a ver com proporcionar teto a quem não o possui? Absolutamente nada. Mas tem muito a ver com a revolução marxista mundial. E o MTST não o esconde: “Ao bloquearmos uma via importante estamos gerando um imenso prejuízo aos capitalistas. [...] Imaginem todas as principais vias paradas! E paradas não por horas, mas por dias! Conseguiríamos impor uma grande derrota ao capital e avançar na transformação que queremos. Este é um grande objetivo do MTST”.

O movimento de Boulos acrescentou a suas formas de atuação, também a invasão de escolas, tendo coordenado algumas das invasões de escolas estaduais ocorridas em dezembro último.

Se tivermos em vista os apoios eclesiásticos e civis em prol da constituição de uma rede de movimentos ditos “sociais” — MTST, MST, Excluídos, CIMI (junto aos índios) etc. — todos empenhados em doutrinar a população pobre, a fim de engajá-la na revolução social anticatólica, compreenderemos melhor para onde querem que rume o Brasil.

(*) Gregorio Vivanco Lopes é advogado e colaborador da ABIM




Fonte: Agência Boa Imprensa – (ABIM)

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