quinta-feira, 19 de junho de 2014

UMA LANTERNA MÁGICA?











Luiz Carlos Nogueira








Aquele homem andrajoso, magro, despenteado, descalço, andava de um lugar para outro nas ruas de Atenas, na Grécia antiga, em pleno dia de sol ardente, empunhando uma lanterna, procurando por algo que todos supunham ser de muito valor, dado ao seu desmedido interesse, e que parecia que ele havia perdido.

Aliás, atitude essa que a todos parecia explicar, porque esse homem se tratava de um mendigo que vivia num grande barril, como se fosse uma casa. Portanto, as pessoas pensavam que se ele encontrasse o que procurava, conforme desconfiavam ser de grande valor, então resolveria o seu problema de extrema pobreza.

Assim, aquele misterioso mendigo buscava pelos becos, buracos, às margens do Cefiso, no bosque sagrado de oliveiras, próximo à academia de Platão, dedicado a Atena, a deusa da sabedoria, fora das muralhas da cidade antiga de Atenas, enfim, onde ele desconfiasse que pudesse achar o imaginado tesouro.

Alguns tentavam imaginar para que serviria aquela lanterna que ele carregava em plena luz do dia. Nessa atitude nada havia de lógico, porque é durante a noite quando todos dormem, quando adensa-se a escuridão, é que se faz necessário algo que ilumina. Mas durante o dia tudo poderia ser visto, porque havia luz do Sol.

Tratava-se por acaso de uma lanterna mágica, um desses tipos de coisas que só existem nos contos de fadas? Um objeto capaz de localizar algo ou alguma criatura diáfana? – Não. Não era nada disso.

Alguém dispôs-se a arriscar interpelar aquela enigmática criatura que atendia pelo nome de Diógenes: que procuras com tanta insistência, com essa lanterna em pleno dia? Ao que ele teria respondido: “Procuro por um homem honesto”.




terça-feira, 17 de junho de 2014

OAB-MS anuncia resultado das eleições suplementares desta segunda

NOVA COMPOSIÇÃO


A Comissão Eleitoral do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil informou os resultados das eleições suplementares da seccional de Mato Grosso do Sul (OAB-MS), que aconteceu nesta segunda-feira (16/6).
A Chapa 1, liderada pelo advogado Alexandre Bastos, obteve 3.095 votos e a Chapa 2, liderada pelo advogado Mansour Elias Karmouche, contou com 3.302 votos. Ao total foram 4.702 votantes na capital e 2.744 no interior. O total de votos brancos foi de 290 e de votos nulos de 759.
Posse OAB/MS [OAB/MS]Durante a cerimônia de posse, que aconteceu na manhã desta terça-feira (17/6), a nova diretoria afirmou que seu objetivo é  unir forças. “Chegamos aqui de forma respeitosa e será dessa forma que caminharemos na instituição. Contamos com a consciência e independência dos advogados e seguiremos unidos em prol da advocacia e de toda a sociedade”, disse o novo vice-presidente Mansour Elias Karmouche.
O presidente da instituição, Júlio Cesar, disse esperar que a nova diretoria possa somar na gestão da seccional. “Resistimos e cumprimos com 70% das metas propostas e queremos ir além, com um trabalho arrojado e de vanguarda, pelas prerrogativas dos advogados, pela luta dos direitos do cidadão e no combate à corrupção”, afirmou.
Para Jully Heyder da Cunha Souza, que participou da renúncia coletiva que resultou na eleição parcial, o resultado da eleição mostra a insatisfação com a atual presidência da OAB-MS. Ele observa que a soma dos votos brancos, nulos e a abstenção da eleição suplementar foi de 5.024 votos (44.85%). O resultado é maior que os votos obtidos pela chapa vencedora. Dos 11,6 mil advogados aptos a votar, 6.397 votaram em uma das chapas e 5.203 votaram nulo, branco ou não compareceram ao pleito.
“Os números demonstram a insatisfação da advocacia sul-mato-grossense, que optou em não aceitar a eleição suplementar proposta pelo Conselho Federal como solução para a crise ética que passa a OAB-MS”, explica.
As eleições suplementares para complementação de mandato foram determinadas pelo Conselho Federal da OAB para preenchimento dos cargos vacantes, após renúncia coletiva. Devido à crise institucional instalada na seccional, um grupo formado por diretores, conselheiros federais e estaduais, pelas diretorias da Escola Superior da Advocacia e da Caixa de Assistência dos Advogados e por presidentes de subseções renunciaram coletivamente a seus cargos. Eles são contrários ao presidente da OAB-MS, Júlio Cesar Rodrigues.
A crise veio à tona no dia 5 de outubro, quando a imprensa local divulgou que o presidente da seccional fora contratado pelo ex-prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP) — cassado pela Câmara de Vereadores no dia 12 de março — para entrar com ações na Justiça buscando elevar a participação do município nos recebimentos do ICMS arrecadado pelo governo estadual.
O Conselho Federal da OAB tentou acalmar a situação, enviando o corregedor da entidade, Claúdio Stábile. No dia 21 de fevereiro, durante sessão de conselho seccional, a situação piorou e houve uma briga dentro do plenário, na qual o ex-presidente Carmelino Rezende, de 68 anos, ficou ferido.
Isso levou a um pedido de intervenção do Conselho Federal da OAB na seccional. Em resposta, a diretoria da Ordem decidiu, no dia 26 de fevereiro, designar uma comissão de verificação para analisar se houve violação do Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB ou do próprio estatuto, com base no artigo 81 do regulamento.
O Conselho Federal enviou um observador, Miguel Cançado, para tentar apaziguar a situação. Com a briga entre os diretores (vice-presidente, secretário-geral, secretário-geral adjunto, tesoureiro) e o presidente, a OAB-MS parou de funcionar. Rodrigues chegou a nomear uma diretoria paralela, deixando os diretores fora das decisões que tomava. Por considerar que a situação ficou insustentável, com a OAB-MS parada e os projetos travados, o grupo contrário ao presidente decidiu renunciar.
Em decisão liminar, no dia 31 de março a diretoria do Conselho Federal da OAB suspendeu a designação de novos diretores da seccional. A decisão foi mantida no dia 7 de abril, quando o Conselho Federal negou o pedido para que o presidente da OAB-MS fosse afastado e determinou convocação da eleição suplementar para os cargos que ficaram vagos após a renúncia coletiva.
O edital de convocação das eleições parciais foi publicado no dia 15 de abril, abrindo um prazo de 30 dias para inscrições de chapas para preencher os cargos disponíveis. Com informações da Assessoria de Imprensa da OAB-MS.
Veja a lista dos eleitos nesta segunda-feira (16/6):
Vice-Presidente
Mansour Elias Karmouche
Secretário-Geral
Lazaro José Gomes Junior
Secretário-Geral Adjunto
Victor Jorge Matos
Diretor Tesoureiro
Elvio Gusson
Conselheiros Titulares
Fabio Nogueira Costa, Horêncio Serrou Camy Filho, João Rodrigues Leite, Juliano Tannus, Marcio Fortini, Paulo Henrique Paixão, Rafael Coimbra Jacon, Regis Jorge Junior, Renato da Rocha Ferreira, Rodrigo Nascimento da Silva, Rodolfo Souza Bertin, Wander Medeiros Arena da Costa, Wendell Lima Lopes de Medeiros
Conselheiros Suplentes
Alexandre Sivolella Peixoto, Ana Cristina Abdo Ferreira, Antônio Carlos de Novaes Filho, Antonio Edilson Ribeiro, Breno de Oliveira Rodrigues, Carla Guedes Kafure, Carlos Beno Goellner, Carlos Henrique Santana, Carlos Romanini Bernardo, Caroline Penteado Santana, Glauco Leite Mascarenhas, Jeyancarlo Xavier Bernardino da Luz, João Bosco de Barros Wanderley Neto, José Luiz da Silva Neto, Juliane Penteado Santana, Julio Cesar de Moraes, Luiz Alberto Moura Fernandes Rojas, Luiz Augusto Pinheiro de Lacerda, Luiz Carlos Barros Rojas, Mario Márcio Borges, Mario Márcio de Araújo Ferreira, Mauricio Sarto, Nelson Luiz de Carvalho, Omar Zakaria Suleiman, Orlando Ducci Neto, Patrícia Rocha, Paulo Marcos Ferriol Fossati, Ramona Gomes Jara, Rodrigo Otano Simões, Stéphani Maidana de Oliveira, Valdeci Moraes Rocha, Washington Rodrigues Dias
Conselheiro Federal Titular
Alexandre Mantovani
Conselheiros Federais Suplentes
Luiz Guilherme Pinheiro de Lacerda, Maria Lúcia Borges Gomes, Oton José Nasser de Mello
CAA-MS - Presidente
Denise Tiosso Sabino
CAA-MS - Secretário-Geral
Fábio Ferreira de Souza
CAA-MS - Secretário-Geral Adjunto
Ruberval Salazar
 *Texto alterado às 13h17 e às 15h56 do dia 17 de junho para acréscimo de informações.
Fonte: Consultor Jurídico – acessado dia 17/06/2014, às 16h 11m de MS, através deste link: http://www.conjur.com.br/2014-jun-17/oab-ms-anuncia-resultado-eleicoes-suplementares
 

segunda-feira, 9 de junho de 2014

A vida real - Por João Bosco Leal

Smartphones e os JovensDe um amigo real, recebi um e-mail com um vídeo onde o personagem central dizia possuir 422 amigos com quem se comunicava diariamente, mas que era solitário e que destes, nenhum o conhecia realmente.

Apesar da presença física de seu parceiro sentado na mesma mesa, de estarem diante um do outro, o que se vê atualmente entre amigos, namorados ou casais, são pessoas que não se falam, mas através de seus smartphones, se comunicam com outros que muitas vezes estão a milhares de quilômetros de distância.

Na realidade, essas “redes sociais”, de “social” nada possuem, pois provocam um afastamento real das pessoas que estão próximas. O mesmo ocorre com os jogos eletrônicos atualmente existentes nos atuais aparelhos celulares ou tablets.

As crianças passam o dia manuseando jogos eletrônicos e o que menos fazem é falar com seus amigos, pais ou irmãos. Elas não sabem o que é brincar de esconde-esconde, amarelinha, pega-pega, carrinhos de rolimã, soltar papagaio, jogar bolinha de gude e tantas outras brincadeiras das gerações anteriores.

Essas sim eram brincadeiras “sociais”, pois faziam a integração entre as crianças e, ao mesmo tempo, despertavam seu interesse para a disputa e o uso da imaginação, que futuramente seriam utilizadas diariamente em diversos setores de suas vidas, além de ainda as exercitarem fisicamente.

Os jovens atuais “namoram” através de mensagens eletrônicas, pelos Messenger, Whatsapp ou Skype existentes, enquanto os das gerações passadas sentiam os corações acelerarem quando se aproximavam ou viam passar a pessoa por quem se interessavam.

As paqueras e namoros eram iniciados com os olhos nos olhos, depois vinham os primeiros toques, delicados, de uma mão na outra, para só então ocorrer o primeiro beijo. Atualmente ocorrem algumas trocas de mensagens eletrônicas, no primeiro encontro já “ficam” e no dia seguinte cada um já “está em outra”.

As pessoas estão com limitações cada vez maiores de seus espaços físicos e se comunicando apenas com nomes nos monitores, sem tomar conhecimento do que ocorre no campo físico, à sua volta. Ninguém mais conhece o seu vizinho, ainda que resida no mesmo andar do prédio, na porta da frente, e poucos são os que sabem o nome do zelador de seu prédio.

Dentro da própria casa, os pais que saíram cedo para trabalhar só retornam à noite, nada sabem sobre as ocorrências diárias de seus filhos que ficaram aos cuidados de uma pessoa que certamente teve uma educação totalmente distinta do que pretendem dar a seus filhos, mas que, na prática, é quem realmente os educaria se impusesse horários para estudo, limites no uso de aparelhos eletrônicos e exigisse que se alimentassem corretamente, o que certamente não ocorre.

Alguns anos depois estes pais encaminham seus filhos a psicólogos, nutricionistas e fazem terapia de casal, tentando entender como seu relacionamento com eles parece com o de dois estranhos, porque se alimentam tão mal, estudam muito pouco e passam o dia alienados do mundo real, dedicando seu tempo quase que exclusivamente aos jogos e comunicações virtuais.

Talvez para compensar sua ausência física, esses pais, quando presentes, também não impõem limites, regras, horários ou exigem uma alimentação saudável de seus filhos. Crianças ainda muito pequenas não se exercitam, estudam quando querem, só se alimentam de comidas industrializadas, frituras, refrigerantes e assim, logo estão obesas, com problemas de saúde e até com diabetes.

Ao ligarmos nossos computadores, abrimos as portas do mundo virtual para a diversão, o conhecimento e a pesquisa, mas nos distanciamos do real.

Artigo enviado pelo autor, por e.mail. Publicado na sua página que poderá ser acessada clicando neste link: http://joaoboscoleal.com.br/2014/06/06/a-vida-real/