sexta-feira, 27 de setembro de 2013

A simplicidade da educação - Por João Bosco Leal

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 João Bosco Leal  por  cli12668.p03me.com 
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 27 de setembro de 2013 01:11
assunto:
 A simplicidade da educação
enviado por:
 cli12668.p03me.com
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 Importante principalmente porque foi enviada diretamente para você.
Imagens recebidas deste remetente são sempre exibidas Não exibir de agora em diante.


Sr. Editor,

envio um novo texto, A simplicidade da educação, para sua publicação.

Obrigado

João Bosco Leal


A simplicidade da educação

A letra da música "Irmãos da Lua", de Renato Teixeira, diz: "Somos todos irmãos da lua / Moramos na mesma rua / Bebemos no mesmo copo / A mesma bebida crua / O caminho já não é novo / Por ele é que passa o povo / Farinha do mesmo saco / Galinha do mesmo ovo /.../ E o simples resolve tudo / Mas tudo na vida às vezes / Consiste em não se ter nada".

É maravilhoso ver como um tema já debatido por séculos pode ser resumido pelo autor, de forma tão clara e objetiva. Quantas soluções simples poderiam ser tomadas, em nosso país e no mundo, que certamente minimizariam a miséria, a fome e todos os tipos de desigualdade entre as pessoas.

Desde a invenção da escrita, a partir de quando foi possível documentar a história da humanidade, não se conhece um só dia em que todos os que habitam nosso planeta estivessem em paz. As guerras tribais por caças, alimentos, domínio de territórios ou por recursos naturais ocorreram diariamente, durante todos os séculos, em algum município, estado, país ou continente e, em duas oportunidades, envolveram praticamente todos eles.

Atualmente, além desses motivos, as guerras ocorrem principalmente por interesses políticos e econômicos, como pelo domínio dos campos de petróleo e mais recentemente por bacias hídricas. O mesmo jogo de poder que busca o domínio de determinadas regiões, deixa de lado outras, sem riquezas naturais importantes, fazendo com que milhões de pessoas no mundo sofram com a falta de alimentos, atendimentos mínimos de saúde ou sem moradia.

São também privadas dos mais modernos meios de comunicação - não dirigidos por esses interesses -, livres como a internet e suas redes sociais, o que as fazem continuar naquela situação sem sequer saber o verdadeiro motivo, ou que existem outras possibilidades.

A região Nordeste do país é um exemplo típico de uma verdadeira guerra que se perpetua contra aquela população, impedindo tenha direito à saúde, moradia e educação. Não interessa aos políticos locais - praticamente todos de pouquíssimas famílias -, que ela tenha um mínimo de instrução, que já seria suficiente para entender que o estudo e a geração de um emprego são melhores e lhe garantem mais futuro que uma "bolsa" alguma coisa.

Que direito possuem os políticos que comandam essa região de, por interesses próprios, impedir que grande parte da região já não esteja irrigada com a água do mar dessalinizada, processo já utilizado em diversas partes do mundo e que pude ver pessoalmente em Cancun, onde até cerveja se fabrica com essa água.

Há décadas o governo federal envia para a região, sistematicamente, quantias incalculáveis de recursos, que só chegam até o palanque onde o político faz seu discurso pregando a solução dos problemas. A partir daí os recursos somem, mas a seca, a fome e o analfabetismo continuam.

Os exemplos ocorrem no mundo todo, onde um pequeno grupo de homens, todos muito arrogantes em virtude de seu poderio econômico e militar, julgam-se com poderes para determinar a vida ou a morte de pessoas, como as que ocorrem em grande parte dos países africanos onde, por falta de simples ações políticas, milhões morrem de fome, outros em disputas tribais e outros - por ignorância -, de doenças como a AIDS.

Em qualquer parte do mundo a educação, a cultura e a consequente qualificação profissional resolveria grande parte dos problemas citados, como ocorreu com a Coréia do Sul, que há menos de cinquenta anos resolveu investir maciçamente na educação de seu povo e atualmente possui um dos maiores parques industriais automobilísticos do mundo.

Mas como canta Renato Teixeira, "O simples resolve tudo, por isso, às vezes não se tem nada".

João Bosco Leal*     www.joaoboscoleal.com.br

*Jornalista e empresário

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Ah, você tem este livro! Empresta?! Por Jamil Salloum Jr.


 
 
 
 
 
 
Ela entra minha casa e logo os vê. É uma das primeiras coisas que enxerga.

- Ah, posso dar uma olhadinha?

Um leve tremor perpassa meu ser.
- Claro, fique à vontade! 

Ela, a visita, se precipita, então, para a estante dos livros. Prevejo a catástrofe.

- Ah, você tem este livro! Empresta?!

Impacto. O mundo gira, aperto as mãos nervosamente, sapateio de leve. Uma imagem de ciclone de livros me envolve, guinchando por socorro.
 
Não sei o que fazer. Egoísmo ou altruísmo, eis a questão.
- Claro, pode levar e não se preocupe!

Ela leva o livro. Eu o vejo ir. E ele não volta. Nunca.

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Face à desditosa experiência supra, tantas vezes vivida, e que ceifou parte da minha biblioteca (sempre fui mão aberta), elaborei algumas contramedidas que podem ser aplicadas, e ainda em estudo.


a) Registrar nome, endereço, telefone e-mail do solicitante, mais título da obra (já tentado e ineficiente. Indeferido.)


b) Inverter todos os livros na estante, deixando o refilo (miolo) à mostra, ao invés da lombada. Teoria: não se visualizando os títulos, diminui-se a curiosidade. (em teste)


c) Acrescentar em cada livro um chip rastreador, com a propriedade de desferir à distância descargas elétricas punitivas no leitor, como castigo para não-devolução. (interessante)


d) Dispor a biblioteca em um bunker secreto no subsolo, com entrada mediante leitura ótica de retina. (a ser considerado)



e) Não emprestar. (simplesmente não consigo)

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

AS ESTRELAS BRILHAM À NOITE...MAS TAMBÉM MUDAM DE LUGAR



Dra. Nildes Prieto








Luiz Carlos Nogueira









Era uma vez uma estrela que habitava a constelação chamada Prietos, localizada em cima da  cidade de Campo Grande MS (região centro-oeste do Brasil),  esta, a  -20º  26’  e 34”  de latitude  S e -54º  38’  e 47” de longitude W.


Essa estrela brilhava intensamente junto com uma mais antiga, e outras três muito mais novas.  Dessa pequena constelação, emanava uma luz, que iluminava uma comunidade de pessoas carentes de meios para terem suas próprias luzes, pois até o combustível para tal, lhes faltava.


Mas a iluminação que vinha da Constelação Prietos, não obstante a necessidade dos seus componentes despenderem muita energia, proporcionava condições à comunidade, para encontrar os caminhos que se lhes abriam e devolviam o sorriso. Ela a estrela desta história, era a mãe e companheira amorosa que dinamizava a Constelação. Seus movimentos, além de tudo, eram cheios de poesias que faziam vibrar a estrela mais antiga (Marcos) e encantar as mais novas (Lucas, Lara e Lígia).


Por isso é que ela costumava dizer que “As Estrelas Brilham à Noite”, pois era nas noites que se reuniam.


Certo dia a Estrela desta História, começou a se sentir muito cansada. Eram sinais de que estava adoecendo. Pois é, pode parecer incrível, mas as estrelas também adoecem. Ela já não estava conseguindo mais, mover-se como antes, na sua trajetória celestial que refletia aqui na Terra.


As outras estrelas da Constelação tentaram lhe ajudar, mas não podiam transferir-lhe suas energias embora quisessem. Rezavam, rezavam, rezavam. Pois é, as estrelas também rezam, aliás, com muito mais fervor, porque sabem que foram feitas mais próximas de Deus.


Mas a Estrela desta História entendeu, por fim, que sua missão de iluminar neste pedaço de mundo, já havia se completado. Ela teria que se mudar de lugar no céu, para começar uma nova missão.


E assim ela fez no dia 19/09/2013 do nosso ano terrestre, depois de se despedir das outras estrelas, partindo para uma nova constelação celestial, onde certamente irá haurir novas energias, para cumprir os desígnios da sua existência, já que tudo existe na eternidade de Deus.

As outras estrela que aqui ficaram, foram forjadas numa dimensão espiritual da criação, portanto têm condições de continuarem na mesma missão que abraçaram, se quiserem.


Essa estrela tinha um nome terrestre. Foi uma estrela amiga chamada Nildes Tristão Prieto. Acho que nalguma outra noite estrelada, veremos a nossa estrela amiga, cintilando novamente na amplidão. E nós vamos reconhecê-la pelo seu brilho.


Nildes Maria das Graças Tristão Prieto, nascida em Maringá (PR), em 01 de outubro de 1956, passou pela transição em 19 de setembro de 2013. Era cirurgiã-dentista, especialista em odontopediatria e também em ortodontia e ortopedia facial. Foi escritora, poeta, declamadora formada em declamação pelo Curso Maria Sabina, em Campo Grande (MS); e membro da União Brasileira de Escritores de Mato Grosso do Sul - UBE (MS).



As arrecadações com as vendas dos seus livros, foram destinadas às oficinas culturais da Associação Espírita Maria de Magdala, onde ela e seu marido Marcos Prieto (também cirurgião-dentista com várias especialidade), davam assistência dentária às pessoas carentes.

Dr. Marcos Prieto

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

O FADO DE SER PORTUGUÊS - Por HUMBERTO PINHO DA SILVA

 
 








Estou sentado numa cafetaria, aberta para o mar azul. A praia está movimentada. Um avião rasga o céu e deixa longo risco branco, que contrasta com o azul luminoso da abobada celeste. Tudo está coberto de sol.

Diante da minha mesa, encontra-se um velho. Rosto enegrecido no mar, sulcado de pregas profundas. Cabelo raro e grisalho. Sobranceiras negras e densas. Olhos de azul porcelana, vivos e encovados.


 

 
 Moinho, adaptado a residência de Verão, pela escritora Luísa Dacosta, que fica perto do bar onde ia tomar o cafezinho matinal




Atraído pelo meu olhar, encara-me, e num rouco murmúrio, diz-me:
- Está um bonito dia!

- De Verão! Dos verões da minha juventude! - respondi.

Em breve vizinha-se da minha cadeira, tentando dialogar:

Toda a vida foi no mar. Viu morrer muitos, sem puder socorrer.

Foi vida de trabalho. - “ Quarenta anos a labutar!” – confessa.

A conversa estava interessante:

Fora pescador. Andou nas barcas poveiras. Conhecera a fome, quando o mar recusava o peixe. Criou filhos. Deu-lhes muito amor, já que pouco mais havia para dar.

Andou em África, na guerra. Viu terroristas. Não sabe se matou.

Agora vive da reforma. Pensão modestíssima.

Arrepende-se de não ter ido para França - “ Lá sim, na Europa, o trabalho é recompensado!”.

Confessa que chorou, quando os filhos partiram. Foram todos. Mas que havia de fazer?!

Portugal é ingrato. - “ Quando é, que trabalhador, aqui na Póvoa, pescador, como eu, pode ter: casa, automóvel, dinheiro no banco e ir passar férias no Algarve? “ - pergunta.

Não soube responder.

Este velho, de pele enrugada, lábios sumidos, é a imagem de milhares, milhões de portugueses, que envelheceram a trabalhar, para receberem minguas reformas.

Também eu, pouco mais novo, mas velho para emigrar, lamento não ter partido.

A minha geração nasceu num país pobre, onde se considerava que ter: herdade, fábrica ou loja comercial, era ser rico. Que digo eu? Milionário.

Fomos levados, à força, para a guerra. Guerra, que diziam estar ganha; mas que a política deu-nos a derrota.

Com o fim do conflito, conquistamos liberdade, e a ilusão de sermos país a nível europeu.

Puro engano! Se outrora os jovens saíam para ganhar o pão, que a Pátria negava; agora saem às catadupas, desesperados, deixando pais no desemprego, e avós com pensões, que ano a ano, se reduzem, graças à inflação e aos descontos sucessivos. O último corte será de 10%. Será o último?

Dizem-me que foi para pagar o progresso: as autoestradas, os estádios de futebol, as infraestruturas, que tornaram o velho Portugal, num país do primeiro mundo.

Preferia, que não houvesse tantas autoestradas; que os clubes desportivos tivessem estádios modestos; que não houvesse tantos projetos megalómanos; tanto luxo.

Preferia viver tranquilamente, sem o sobressalto de não conhecer: se os novos têm velhice garantida, e os velhos fim de vida sossegada.

Este velho, que encontrei na esplanada poveira, virada para o mar, recordou-me a sina dos portugueses: sempre eternos judeus errantes, em busca do sustento da família.

Fado que atravessa a História. Fado que nos acompanha, séculos e séculos.

 Tivemos impérios. Tivemos reinos em África. Tivemos terras sem fim, no Brasil. Chegamos à Ásia, à Oceânia. Tivemos elites riquíssimas, mas sempre, sempre, o povo trabalhador, foi pobre. Sempre teve que abandonar a Pátria querida.

Ambição? Necessidade? Ambas; mas sempre a precisão de abalar, fugir da aldeia onde nasceram, da vila onde estudaram, da cidade que lhes negou trabalho, e justa recompensa.

Estamos em Agosto. Póvoa do Varzim transformou-se em centro cosmopolita. Na Avenida dos Banhos, escutam-se todas as línguas. Os hotéis encontram-se repletos. São estrangeiros que nos visitam ou emigrantes?


São poveiros que regressam, acicatados pela saudade: pelo torrão natal, pela família que deixaram, pelo amor que nutrem por essa bonita e encantadora cidade. O maior e melhor centro turístico do Norte de Portugal.




HUMBERTO PINHO DA SILVA   -   Porto, Portugal



 ***




Aspectos da cidade da Póvoa do Varzim.
Fotos tiradas em Agosto de 2013




 Avenida dos Banhos




 Azulejos representando cenas da vida poveira, figuras ilustres e arruamentos da cidade.



 Casino






 Castelo da Póvoa do Varzim



 Edificio da Camara Municipal