domingo, 30 de junho de 2013

A irracional demarcação de mais terras para índios - Por João Bosco Leal


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 João Bosco Leal por  cli12668.p03me.com 
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 28 de junho de 2013 01:06
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 Demarcações
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Senhor Editor,

eis um noivo texto para publicação. 

Obrigado

João Bosco Leal


A irracional demarcação de mais terras para índios






Tenho me esforçado para tentar entender o que haveria de racionalidade em demarcar mais terras para índios, como tem sido defendido por diversas ONG's, em sua grande maioria estrangeiras, pelo CIMI - Conselho Indigenista Missionário da Igreja Católica, vinculado à CNBB Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e pela FUNAI - Fundação Nacional do Índio, entidades que, além de apoiarem essa ideia, incentivam e até patrocinam as invasões de terras de produtores rurais como as que estão ocorrendo em Mato Grosso do Sul.

Após o descobrimento do que hoje conhecemos por Brasil, a tendência dos colonizadores portugueses e depois os espanhóis e holandeses, foi a de se manter mais próximo possível do litoral, o que facilitava tanto as importações como as exportações.

Séculos depois vieram, em maior número, os japoneses, que se concentravam no interior do estado de São Paulo, e os alemães e italianos, na região Sul. Com o tempo, do nordeste ao sul do país, as áreas já estavam praticamente todas sendo colonizadas, mas sempre próximo do litoral.

Com a intenção de colonizar áreas e incentivar a criação de novas fronteiras agrícolas, a União titulava áreas devolutas de propriedade ou dos novos Estados que foram sendo criados. Todo brasileiro que tivesse interesse em se mudar para esses local recebia o título de uma área de terras com tamanho legalmente determinado, que variava de acordo com cada estado ou região.

Os últimos Estados criados onde esse processo foi utilizado foram Roraima e Rondônia, mas foi assim que se colonizou toda a região Norte e Centro Oeste do país. Nessa época, tanto doenças como a malária quanto a implantação de uma infraestrutura mínima aos que para lá fossem - como a construção estrada de ferro Madeira-Mamoré -, causaram milhares de mortes entre esses colonizadores.

Depois de tituladas as quantidades de áreas previamente determinadas pelo Governo Federal, com aprovação do Congresso Nacional, as terras devolutas passaram a ser vendidas pelos Estados a quem se interessasse em ir para essas regiões. Assim, com sacrifício, lutas, mortes, e terras tituladas ou compradas dos governos é que os antepassados dos produtores rurais iniciaram a colonização das áreas que hoje pertencem a seus descendentes, ou dos que as deles compraram.

Ninguém roubou ou se apossou de NADA. Todas as terras pertencentes aos produtores - pequenos médios ou grandes -, que fazem parte do que hoje conhecemos como agronegócio brasileiro, possuem documentos originalmente fornecidos pela União, registrados em Cartórios e atualmente já georeferenciadas ou em processo nacional de georeferenciamento, com precisão de centímetros em suas delimitações.

O agronegócio é responsável por 37% de todas as exportações, 22,4% do PIB e emprega 1/3 da mão de obra no país (fonte: CNA). E agora vamos expulsar esses produtores de suas terras para que seja aumentada a área destinada aos brasileiros indígenas? Para que, se mesmo onde os eles possuem, cada um, mais de 1.000 hectares, continuam na miséria?

Com que finalidade, se tudo o que comem - arroz, feijão, óleo de soja -, o que vestem - calças, camisas, sapatos ou sandálias -, bebem ou usam como medicamentos, é produzido pelos brasileiros não índios e eles mesmos não querem permanecer nas áreas já demarcadas? Os índios querem viver na cidade, ter televisão, celular, veículos e possuir os mesmos direitos dos brasileiros não índios para quem não se dá terras.

Os 200 milhões de brasileiros não índios ocupam, atualmente, 2,5% do território nacional, enquanto os cerca de 800 mil índios - menos de 0,5% de nossa população -, já possuem 13% do território só para eles (aproximadamente 110 milhões de hectares) e nada produzem nessas áreas. Assim, os índios são, comprovadamente, os maiores latifundiários do país, mas continuam pobres e carentes, apesar das de mais de cem mil ONGs (uma para cada oito índios) que a eles se dedicam.

A demarcação de mais terras para índios e a intenção de mantê-los no estágio primitivo só interessa aos que estão pendurados como funcionários da FUNAI, ou a países interessados em destruir nossa produção agrícola para não concorrer com a deles no mercado internacional.

As terras dos produtores rurais são legalmente deles e tirá-las de quem produz, para entregar a quem nada produzirá e nem quer lá permanecer, é ilegal, imoral e irracional.

João Bosco Leal     www.joaoboscoleal.com.br

*  Jornalista e empresário


quinta-feira, 20 de junho de 2013

Vândalos são eles

Quarta-feira, 19/6/2013




Se dependesse das autoridades, protesto seria sempre ordeiro. Uma turminha bem comportada, carregando cartazes bem-feitinhos, dando voltas sem fim em algum lugar que não atrapalhe o trânsito ― num Sambódromo, ou quem sabe em um autódromo. Para participar, seria preciso se inscrever, apresentar RG, CPF, serviço militar quitado, Imposto de Renda, atestado de bom comportamento, e não ter antecedentes criminais. Vamos ser bem claros: protesto pacífico não serve pra muita coisa. A polícia não bate. A imprensa não dá espaço. Os governantes não dão bola. Protesto não é pra ser pacífico. Protesto é pra incomodar. Protesto é para questionar a ordem. Nada questiona tão bem quanto um soco, um incêndio, uma pedrada na vidraça.


Em protestos como vêm acontecendo no Brasil, uma minoria bem ínfima é que está quebrando, e agora saqueando. É essa minoria que ocupa muito espaço na cobertura televisiva. Por uma ótima razão: rende boa TV. Televisão é imagem, e imagem de gente brigando, correndo, botando fogo e enfrentando a polícia é mais emocionante que imagem de gente caminhando calmamente (por isso é que tem tanto seriado policial, e nenhum sobre gente que gosta de caminhar). E essa minoria aumenta muito o poder de fogo do conjunto dos manifestantes ― queiram os pacifistas do movimento ou não.


Vamos separar, por um minuto, as depredações dos saques. Vimos grupos, e não tão ínfimos assim, que se dedicaram a apedrejar, pichar, quebrar as frentes da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, o Palácio dos Bandeirantes e a prefeitura em São Paulo, e outros prédios públicos. São alvos absolutamente legítimos. A massa dos manifestantes, e praticamente todo mundo que acompanha o movimento, identifica governadores, prefeitos e a classe política como parte do problema, não da solução. São, nesse sentido, o inimigo. Estão sempre protegidos pela polícia, porque sabem que são alvos, e que merecem ser alvos. No limite, o governo sai matando de um lado, e os revoltosos saem matando do outro ― vide Síria.


Vamos seguir o mesmo raciocínio. Vimos outros alvos ontem, não-públicos. Quebraram agências de bancos. Os bancos são amigos ou inimigos da população? Quebraram McDonald's. De que lado você colocaria a rede de fast-food? Não deixaram Caco Barcellos trabalhar, botaram fogo em uma carro da reportagem da TV Record. De que lado você põe a mídia, a seu lado ou contra você? A decisão é de cada um, e de cada um que está nos protestos. Uns são muito radicais, outros muito moderados. Quem decidir ir pro pau, vai sabendo que pode levar porrada e talvez, ir para a cadeia.


Nos últimos dias, ficou mais complicado decidir a quem você se opõe. Agora toda a imprensa está simpática (se bem que cobrindo muitíssimo mal, em geral), a PM está bem contida, os políticos aplaudem, tá todo mundo vendo "beleza" nos protestos, como disse o governador do Rio. Da boca pra fora, claro ― ninguém se mexeu um milímetro para atender as reivindicações dos manifestantes, pelo menos nas grandes cidades. Mas o bloco do "a favor" está crescendo, inchando até. Virou obrigação aplaudir. Todos os famosos apóiam, e se os famosos apóiam deve ser boa coisa, né?


Mas todo esse a favor para quando começa o pau. Todos aplaudem os protestos, e todos são unânimes em satanizar os baderneiros, os infiltrados, os vândalos. E mais ainda os que roubam. Saquear lojas atravessa uma fronteira muito importante. Na linha acima, é fácil entender porque alguns manifestantes muito radicalizados veem esses grandes magazines como templos do consumo, símbolos do capitalismo, e portanto alvos válidos. Mas na hora que você sai correndo com uma TV, um celular ou um microondas, que vai levar pra sua casa e usufruir, passa a ser visto como um ladrão comum.


Em um contexto de desobediência civil, é estratégia sólida dar um chega-pra-lá nas regras cotidianas do consumo, e dar uma banana para a lei. Na época da ditadura militar, guerrilheiros roubavam bancos e ricaços e, com o dinheiro, financiavam ações contra o regime. Não era roubo, era "expropriação", diziam. A presidente da república, Dilma Rousseff, colaborou em ações do gênero. Vi um senador na televisão dizendo que manifestações violentas são incompatíveis com o regime democrático. Os militares também garantiam que vivíamos em uma democracia nos anos 70. Democracia não é o que senador diz, é o que o povo sente.


(...)O Brasil não vive um cenário de transformação radical. Mas nosso País é muito violento, o tempo todo, e particularmente com os mais pobres. Violência do crime, e violência do Estado, que nos leva o dinheiro e nos dá tão pouco em troca. Não se trata de defender quem depreda e saqueia. Se trata de ter consciência de que nossa paz é diariamente quebrada, que muitas empresas depredam o País cotidianamente, e que o poder público não nos protege. Donde que é ser muito ingênuo achar que todo protesto vai ser sempre pacífico e polido. É fácil pra classe média alta boazinha, que vive em condomínio, paga seguro saúde e escola, põe insulfilm no carro e depende muito menos do Estado, cobrar que todo mundo se comporte...


É preciso, também, descobrir outras maneiras de protestar. Não podemos ficar entre o quebra-quebra e esses passeios sem fim pela cidade, gritando palavras de ordem e "violência não". Desobediência civil ― e criativa ― é um dos melhores caminhos. Ainda mais se beneficiar diretamente a população que hoje não está nas ruas.


(...)Olha, eu sou o cara mais pacífico do mundo. Mas vamos botar a mão na consciência. O País atravessa uma turbulência que não tem precedentes na campanha pelo impeachment de Collor, ou pelas Diretas. É outro Brasil, outro mundo, são outros descontentamentos e anseios, são outros governantes e manifestantes. Quem protesta não enxerga hoje na tal sociedade civil quem o represente. Nem partidos, nem instituições. Os políticos que marcharam pelas diretas, e contra Collor, hoje estão no poder, e são amiguinhos dos herdeiros da ditadura, e do próprio Collor. É de se estranhar que tenha gente que quer quebrar tudo?


André Forastieri, em "Vândalos são eles"

19/6/2013 às 12h44


(*) Texto transcrito na íntegra.



Fonte: Digestivo Cultural – acessado hoje dia 20/06/2013, às 11h 30m de MS, através deste link:

segunda-feira, 17 de junho de 2013

NA MESMA MOEDA - Por JOÃO BOSCO LEAL

de:
 João Bosco Leal por  cli12668.bounceret.com 
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 nogueirablog@gmail.com
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 14 de junho de 2013 01:04
assunto:
 Na mesma moeda
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Senhor Editor,
Envio um novo texto, Na mesma moeda, para sua  publicação.
Obrigado,
João Bosco Leal
Na mesma moeda 

Acompanhando o noticiário sobre as invasões de terras por índios com apoio e incentivo de ONG's Internacionais, do CIMI - Conselho Indigenista Missionário da Igreja Católica e da FUNAI - Fundação Nacional do Índio, fico imaginando como se sentem os produtores rurais invadidos em relação à incapacidade e à falta de interesse do Poder Executivo em simplesmente fazer cumpri a lei.
E para os que dizem que essa invasão não é crime, que a terra era dos índios, lembro que todas as áreas possuem documentos originários do Governo, que titulou ou vendeu terras devolutas há décadas ou, em muitos casos há até mais de um século, quando tinha interesse em colonizar as regiões centrais e norte do país e para isto incentivou a criação de novas fronteiras agrícolas.
Ora, se os títulos originais das terras são do Governo Federal, autorizado pelo Congresso Nacional a emiti-los, invadi-las ou dizer que eram de índios é desacreditar todo o Congresso, o Poder Executivo e o Judiciário do país, que, ao longo dos séculos montou a estrutura democrática e capitalista hoje vigente no país e que os ideólogos socialistas hoje no poder pretendem destruir.
Mas se isso ainda não convence, outro questionamento que coloco é sobre os diversos direitos que estamos criando dentro de um mesmo país, quando exigimos regimes de cotas raciais ou de qualquer outro tipo nas escolas e direitos distintos aos índios que podem invadir, destruir e roubar sem serem expulsos e presos por isso, pois independente de raça, cor da pele ou mesmo ideologia, somos todos brasileiros e - pelo menos em tese -, deveríamos ter os mesmos direitos e obrigações. A lei precisa ser igual para todos.
O que estamos discutindo é o direito de propriedade, sem o qual deixaria de existir a estrutura social capitalista em que vivemos, e esta é a verdadeira intenção dos ideólogos de outro regime que estão por trás dessas invasões e dos incentivos ao descumprimento de mandados judiciais.
Em um de seus textos Rodrigo Constantino disse que "Tem uma turma da elite culpada que chama isso de justiça, desde que não cheguem até a SUA linda casinha no conforto urbano, protegido pela polícia "fascista"...".
Imagino qual seria o tratamento dado aos produtores rurais que invadissem, destruíssem e roubassem as sedes dessas ONG's, as chácaras, seminários e prédios onde residem os Salesianos, os padres que comandam o CIMI, e as casas onde residem os dirigentes, antropólogos e ambientalistas da FUNAI.  
Certamente a Presidente da República não iria convocar ministros para se reunir com todos os lados envolvidos declarando que, com isso, estava buscando uma solução pacífica. Não iria gastar milhões com o envio e manutenção de homens da Força Nacional de Segurança para ficarem simplesmente observando as áreas invadidas sem nada fazer e até protegendo os invasores.
E é assim porque a cúpula do Poder Executivo no país - que a comanda - é ideologicamente favorável à destruição do regime capitalista, para a implantação do socialismo (quem sabe Bolivariano). Nos países onde isso já ocorreu, a destruição do sistema produtivo foi o caminho mais utilizado - como nos exemplos mais recentes, de países vizinhos e da América Central -, pois como sua consequência ocorre a miséria, abrindo as portas para os ideólogos socialistas alegarem ser a mudança de regime a única solução.
O pagamento na mesma moeda, com produtores rurais invadindo, destruindo e saqueando a estrutura que está por trás disso, certamente provocaria uma solução mais rápida, equilibrada e definitiva.
João Bosco Leal    www.joaoboscoleal.com.br


*Jornalista e empresário

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Plenário do CNJ aprova nota técnica contra a PEC 37


11/06/2013 - 20h52


Gláucio Dettmar/Agência CNJ
Plenário do CNJ aprova nota técnica contra a PEC 37
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) enviará ao Congresso Nacional nota técnica na qual se manifesta de forma contrária à aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 37, que assegura às polícias federal e civil dos estados e do Distrito Federal competência privativa para apurar infrações penais de qualquer natureza. A nota foi aprovada por unanimidade pelos conselheiros durante a 171ª Sessão Ordinária, realizada nesta terça-feira (11/6).

A sugestão de enviar a nota técnica ao Congresso foi apresentada pelos conselheiros Gilberto Martins e Wellington Saraiva. O documento aponta graves riscos aos princípios norteadores do Estado Democrático de Direito que a aprovação da PEC poderá acarretar. 


Formulada pelo deputado federal Lourival Mendes (PTdoB/MA), a proposição prevê a alteração do artigo 144 da Constituição Federal para assegurar somente às polícias a competência para conduzir investigações criminais. Dessa maneira, o texto afetaria a titularidade da ação penal reservada ao Ministério Público. 


“A proposta contida na PEC 37 dimensiona e eleva a patamares insustentáveis os poderes da polícia judiciária e, como consequência, subestima e descarta a capacidade de atuação de outros órgãos públicos, como, por exemplo, a Receita Federal, sobretudo nos crimes tributários; as agências reguladoras, sobretudo nos delitos contra as relações de consumo e contra a economia popular; os tribunais de contas, sobretudo na identificação dos crimes contra a administração pública; o Banco Central do Brasil, sobretudo nos crimes contra o sistema financeiro nacional; a Comissão de Valores Mobiliários e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), sobretudo nos delitos contra o mercado de valores mobiliários, nos crimes financeiros e nos crimes de lavagem de bens, entre outros. A proposta descompensa todo o sistema de controles públicos”, afirma a nota técnica.

De acordo com o CNJ, a PEC traria inovação altamente lesiva ao interesse social e ao exercício da jurisdição. A proposta da nota técnica foi bem-recebida pelo Plenário. O presidente do CNJ, ministro Joaquim Barbosa, se manifestou favorável à iniciativa. 


Gilberto Martins ressaltou que, com relação aos crimes comuns, apenas 11% das ocorrências são convertidas em investigações. “Impedir que não apenas o Ministério Público, mas outras instituições que têm poder de controle no sistema criminal, possam também investigar, é altamente danoso ao sistema de Justiça e à sociedade”, afirmou o conselheiro. 


Wellington Saraiva destacou que apenas cerca de 8% dos homicídios são apurados atualmente pelas polícias. “A PEC 37 aumenta a ineficiência do sistema criminal brasileiro. Como podemos dar privatividade para apurar os crimes a um órgão que não tem condições de investigar em níveis adequados?”, argumentou o conselheiro.

Clique aqui para ver a íntegra da nota técnica.

Giselle Souza
Agência CNJ de Notícias

Fonte acessada dia 12/06/2013, às 12h12m (horário de MS): Site do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Para conferir esta matéria clique neste link:

sexta-feira, 7 de junho de 2013

A (real) exploração dos índios, por Ruy Fabiano


Entre as mais sólidas doxas contemporâneas, que bem poucos ousam desafiar – ainda que sustentada por argumentos que frequentemente beiram a desonestidade e o non sense -, está sem dúvida a causa indigenista.

Não é de bom tom, nem muito menos progressista ou politicamente correto afrontá-la. Afinal, o Brasil pertencia aos índios e lhes foi tomado pelo invasor europeu. Deve-lhes, portanto, eterna reparação, que, diga-se, não tem sido negligenciada.

A Constituição Federal dedica-lhes todo um capítulo (o oitavo), com dois artigos (o 231, com sete incisos, e o 232), garantindo-lhes direito originário sobre suas terras.

Nenhum outro segmento da população desfruta de tal regalia. Além de dispor de um órgão federal só para atendê-los, a Funai, e outro, a Funasa, para lhes dar assistência médica e sanitária, podem ainda, como os demais cidadãos, utilizar os serviços do SUS (o que não chega a ser sedutor).

Apesar de todo esse assistencialismo, cuja justeza aqui não se discute (não é o ponto), os porta-vozes da causa insistem no abandono desses brasileiros e acham insuficientes as terras que já lhes foram demarcadas. E aí começa a ocultação de dados, vitais para que o tema seja posto em suas devidas proporções.

Enquanto os 200 milhões de brasileiros ocupam 2,5% do território nacional, os cerca de 800 mil índios dispõem de 13% do território só para eles (cerca de 110 milhões de hectares).

São, dessa forma, os maiores latifundiários do país, embora continuem pobres e carentes, mesmo dispondo de mais de cem mil ONGs (uma para cada oito índios) a eles devotadas.


Tais paradoxos, claro, não frequentam as discussões públicas do tema. São inconvenientes. Os recentes conflitos, envolvendo produtores rurais e índios, não decorrem, como se sustenta, da tentativa de reduzir ou subtrair suas terras.

Trata-se do contrário: a Funai quer ampliá-las, ainda que sem base legal, incitando invasões de fazendas. Acha insuficientes os 13% já demarcados e quer estendê-los para 20%.

O Conselho Missionário Indigenista (CIMI), coadjuvante da Funai na defesa de um índio eternamente primitivo, ente da natureza – como as onças e as capivaras -, quer mais: além das áreas que a Funai já relacionou, pretende incluir outras 322.

O resultado são os conflitos, em que os índios, massa de manobra de uma antropologia retrógada e ideológica, se expõem à violência e não melhoram sua condição.

Leia a íntegra em A (real) exploração dos índios


Ruy Fabiano é jornalista.

Obs: Um amigo me enviou esta matéria por e.mail. Fui conferir se havia uma fonte confiável, e encontrei no Blog do Noblat, acessado hoje às 23h24m (horário de MS) através deste link:



domingo, 2 de junho de 2013

NÃO DEIXES PARA A TARDE O QUE PODES FAZER PELA MANHÃ














Luiz Carlos Nogueira

















Há um livro muito interessante, que teria sido encontrado por volta do ano de 1747, no mosteiro do Lama do Tibete, em Lhasa, e publicado sob o título de: A Vos Confio[1], cujo autor é desconhecido, mas que é um repositório de conselhos úteis para que o ser humano trabalhe o seu caráter e aprimore o seu espírito.

Dessa obra recolhi os dizeres que constituem o título desta matéria, contido no capítulo que trata da aplicação ou da diligência, onde se aborda a fugacidade do tempo, dando ênfase ao momento presente, porque os dias passados esvaziaram-se para sempre e os que estão por vir, pode ser que não cheguem para nós, no estado presente do nosso ser. Portanto, esse capítulo exorta-nos a empregarmos o nosso presente estado, sem lamentarmos as perdas do passado, nem tampouco ansiarmos pelo que ainda vai acontecer ou que talvez não acontecerá, até porque não nos é dado saber o nosso próximo estado, mas apenas podemos agir no momento presente, de forma que estejamos dispostos para o que virá.

Só o aqui e o agora, o instante presente nos pertence. Mas cada estado futuro será conforme aquilo que criamos no presente. Daí o incitamento: “O que resolveres fazer, que o faça imediatamente. Não deixes para a tarde o que poder fazer pela manhã”.

O ócio produz carência e dor, mas quando se trabalha pelo Bem, haverá alegria e prazer. Portanto, ser aplicado ou diligente em nossos projetos, isso concorrerá para suprir ou pelo menos reduzir as necessidades. Só ao homem e à mulher laboriosos, cabem o triunfo e a prosperidade.

E segue o aconselhamento, dizendo que o indolente é uma carga para si mesmo, e suas horas se esvaem sem proveito, enquanto divaga e deambula sem saber para onde ir e o que fazer, sendo que os seus dias passam como uma sombra projetada de uma nuvem no céu, e não fica nenhuma recordação porque a sombra não deixa marcas depois que passa.

Assim fica o indolente com o corpo sem forças por não se exercitar. Embora deseje ação, não encontra mais forças para se movimentar. A mente se encontra como se estivesse na escuridão e por isso tem pensamentos confusos. Não consegue obter conhecimento porque não tem diligência.

Se lhe dá vontade de comer alguma castanha, não a satisfaz porque não gostaria de ter o trabalho que quebrar a casca. Por essa inércia preguiçosa, sua casa fica em desordem, e se tem empregados, estes cometem desperdícios que o ajudam a caminha para a ruína; apercebe-se da situação, meneia sua cabeça como sinal de desaprovação, mas não toma nenhuma atitude. Dessa forma a ruína ocorrerá, sobrando-lhe somente o arrependimento e a vergonha da sua inação.

Questionamentos inúteis que produzem a inação, exemplificados como num dos contos budistas em A Doutrina de Buda[2], ilustram o presente tema:

“Suponhamos um homem trespassado por uma flecha envenenada e que seus parentes e amigos tenham resolvido chamar um cirurgião para retirar a seta e pensar a ferida.

Mas o ferido objetou dizendo: “Esperem um pouco. Antes que retirem a flecha, quero saber quem a atirou. Foi homem ou mulher? Foi algum nobre ou camponês? De que era feito o arco? O arco que atirou a flecha era grande ou pequeno? Era ele feito de madeira ou bambu? De que era feita a corda do arco? Era ela feita de fibra ou tripa? A seta era de rota ou junco? Que penas eram usadas? Antes que extraiam a seta, quero saber tudo a respeito dessas coisas.” Assim, que lhe poderá acontecer?

Antes que todas estas informações possam ser obtidas, seguramente, o veneno terá tempo de circular em todo o sistema e o homem poderá morrer. A primeira providencia a ser tomada é retirar a flecha, para que seu veneno não se espalhe.

O ensinamento de Buda esclarece aquilo que é importante saber e aquilo que não o é. Isto é, o Dharma de Buda orienta os homens a aprender aquilo que deveriam  aprender, a remover aquilo que deveriam remover, e dedicar-se em esclarecer aquilo que deve ser esclarecido.

Portanto, os homens deveriam primeiro discernir que questão é de primordial importância, que problema deve ser solucionado primeiro, que questão lhe é mais urgente. Para fazer tudo isso, devem primeiro treinar suas mentes, isto é, devem procurar o controle mental.”


[1] A VÓS CONFIO, Título Original: UNTO THEE I GRANT,  Revisado por Sri Ramatherio,  Tradução: Ceslawa M. Nycz, F.R.C. Capa: Vilmar Lopes, coordenação e supervisão de Charles Vega Parucker, Grande Mestre da Ordem Rosacruz – AMORC, Editora Renes, Rio de Janeiro, 3ª Edição - Junho, 1988,

[2] A Doutrina de Buda, 3ª ed., 1982, da Fundação Educacional e Cultural Yehan Numata  Mitutoyo Sul América Ltda. Av. João Carlos da Silva Borges, CEP 04726-002 1240,  CX. Postal 4255, Santo Amaro, São Paulo-SP, Brasil  Tel: 5643-7755 Fax: 5641-3722.