quarta-feira, 30 de maio de 2012

DROGAS/USO – Por (*) Odilon de Oliveira


quarta-feira, 30 de maio de 2012


O Congresso Nacional estuda descriminalizar o uso de drogas e a posse ou plantio para consumo próprio.


1) Se esse projeto vier a ser aprovado, o Congresso Nacional estará incentivando o uso e, via de consequência, a produção e o tráfico. Essa atitude significará um induzimento oficial ao suicídio coletivo. O traficante é um genocida, que mata por atacado, sem olhar a quem. Mata nossos filhos, netos, vizinhos. Destrói lares, a juventude, esperanças, sonhos.


2) Aumentando a legião de viciados que o Brasil possui, na mesma proporção do consumo crescerá o tráfico, que, neste país, é combatido por uma polícia sem estrutura, sucateada, sem motivação. 


3) Não se deve continuar aplicando o mesmo tratamento a viciados e a meros usuários. O dependente é dominado pelo vício. O mero usuário tem autonomia de vontade e alimenta conscientemente o tráfico, ajudando a crescer e a prosperar essa indústria da morte. O não viciado deve ser punido. O dependente deve ser tratado, voluntária ou compulsoriamente, e receber uma reprimenda leve, de acordo com suas condições pessoais, como prestação de serviço à comunidade, pagamento de uma multa. O que não se pode é colocar na mesma vala um e outro. 


4) Além de representar uma falta de compromisso com a saúde pública, com a segurança, com as famílias, com a humanidade e com a vida, esse projeto, se aprovado for, significará mais um passo para a descriminalização do próprio tráfico. Aí, o Brasil se transformará num narcobrasil e a juventude numa massa narcodependente. Tenho pena das famílias e dos homens do amanhã.


(*) Odilon de Oliveira, nasceu em 26/02/1949, na Serra do Araripe, município de Exu, Pernambuco. Filho de pais lavradores, trabalhou na roça até os 17 anos de idade. Foi alfabetizado na roça, à noite, em sua própria casa, após ter dia inteiro de trabalho. Entrou tarde na faculdade de Direito, vindo a se formar aos 29 anos de idade. Foi Procurador Autárquico Federal, Promotor de Justiça, Juiz de Direito. É Juiz Federal desde 1987. Sempre trabalhou em fronteiras como magistrado federal, na área criminal: Mato Grosso, Rondônia e Mato Grosso do Sul. Já condenou centenas de traficantes internacionais. Atualmente, é titular da única vara especializada no processamento dos crimes financeiros e de lavagem de dinheiro de Mato Grosso do Sul, com jurisdição sobre todo o Estado. Seu maior sonho é ver a juventude livre das drogas.


Fonte: Blog do Dr. Odilon de Oliveira – Clique neste link para conferir:

terça-feira, 29 de maio de 2012

ESPERAR VALE A PENA - POR HUMBERTO PINHO DA SILVA



                                                  






Acicatados por escabrosas cenas, que o cinema apresenta e a TV reproduz, e pelos nefastos exemplos, que as telenovelas mostram, os jovens – muitos são crentes, – desvalorizaram a virgindade.

Excitados, esquentados por torpes imagens, encorajados por discípulos de Hollywood, que a mass-media acarinha, ao primeiro encontro de namoro, os jovens, pensam em relações sexuais, primeiro com preservativo… depois, sem.
Julgam, os adolescentes que as precoces relações criam fortes laços de união, mas sempre ou quase sempre, acontece o invés: abalam a reputação e desacreditam, mormente a moça, que se entrega ao impudico acto.

Asseveram os moços que a entrega incondicional é a Prova suprema do amor.

Esquecendo-se que quem ama, não exige “Provas”. Pelo contrário: respeita.

E como quase sempre há tantas “ Provas”, como namorados que a moça tem, de “Prova” em “Prova”, descamba-se na promiscuidade torpe e vil.

Tal comportamento ignominioso retira curiosidade e prazer natural, na lua-de-mel, e envergonha a jovem ao perpassar por antigos namorados.

Corre-se ainda o perigo de infecções de doenças incuráveis, gravidez na adolescência e possível aborto, que deixa sempre sequela difícil de apagar, e remorsos, mesmo em não crentes...
O namoro destina-se ao conhecimento mútuo e descoberta da alma.

Se for recatado, é período de grande felicidade, que se estampa no rosto e desperta sentimentos de nobreza, se for levado a sério e com respeito.

Há diferença entre o amor e desejo sexual. Um, transforma-se em amizade; outro, uma vez satisfeito, deixa um sentimento de inquietação. Recorda Bertrand Russel em “ A Conquista da Felicidade”: “ O amor é uma experiência pelo qual todo o nosso ser é renovado e refrescado como o são as plantas pela chuva após a seca. Nada disso sucede nas relações sexuais a que o amor é alheio. Quando o prazer momentâneo finda, sobrevêm a fadiga, o desgosto, e o sentimento da vida vazia. É que o amor faz parte da vida da Terra, e o desejo sexual, sem amor, não faz.”



HUMBERTO PINHO DA SILVA   -   Porto Portugal




Matéria enviada pelo autor por e.mail, para ser publicada – Confira-a no Blog PAZ, clicando aqui neste link:

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Esperanto – primeiro curso instalado no Brasil completa 100 anos neste mês de maio












Luiz Carlos Nogueira















Neste mês de maio o Esperanto está completando 100 anos, ou seja, a Língua Internacional Neutra, cujo primeiro curso, do qual se tem notícia, foi instalado no Brasil pela Federação Espírita Brasileira (FEB).


Segundo pesquisas, o Esperanto é a língua artificial mais falada no mundo e foi criada pelo médico polonês Ludwik Leizer Zamenhof , tendo publicado a sua versão inicial em 1887, com a idéia de proporcionar uma língua mais fácil de aprender, para que servisse como língua franca internacional, para ser utilizada pelas pessoas do mundo inteiro em suas comunicações, ao contrário de uma “Babel”.


O Esperanto teria contado com o apoio do espírito de Francisco Valdomiro Lorenz,  poliglota e filósofo nascido no Império Austro-Húngaro (hojeRepública Tcheca), que falava mais de 100 idiomas e que introduziu, junto à FEB, o   movimento esperantista no Brasil.


Caso o leitor tenha algum texto escrito em Esperanto, já pode traduzi-lo pelo Google Translation, bastando para isso acessá-lo por este link: http://translate.google.com/#


Veja um exemplo abaixo, retirado do Livro dos Espíritos. Trata-se da questão 147 escrita em Esperanto e traduzida através do citado mecanismo do Google:



147. Kial estas ke anatomistas, fiziologoj, kaj Ĝenerale, ili profundigas la scienco de la naturo, estas tiel ofte kondukis al materialismo?
"La fiziologo raportas al kio vidas. Fiero de viroj, kiu pensas ke ili scias ĉion kaj ne agnoskos ke estas io iu kiu ili estas super la kompreno. Mem kiu kultivas la scienco plenaj de okuloj. Pensu ke
Naturo nenio povas teni ilin kaŝita. "



147. Por que é que os anatomistas, os fisiologistas e, em geral, os que aprofundam a ciência da Natureza, são, com tanta freqüência, levados ao materialismo?
“O fisiologista refere tudo ao que vê. Orgulho dos homens, que julgam saber tudo e não admitem haja coisa alguma que lhes esteja acima do entendimento. A própria ciência que cultivam os enche de presunção. Pensam que a Natureza nada lhes pode conservar oculto.”

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A iniciativa de chamar a atenção dos espíritas para o Esperanto nós a devemos ao vulto ímpar de Leopoldo Cirne, quando, no exercício da presidência da Federação, faz publicar importante ma...
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O Esperanto é uma língua  planejada, de fácil aprendizado, cujo objetivo é possibilitar a comunicação entre pessoas de línguas diferentes. Concebido pelo médico polonês Dr. L&aacut...
http://www.febnet.org.br/site/estudos.php?SecPad=35&Sec=170

La iniciaton veki la intereson de la spiritistoj pri Esperanto ni ŝuldas al la senkompara figuro de Leopoldo Cirne, kiam li, kiel prezidanto de la Brazila Spiritisma Federacio, publikigis gravan deklaron de francaj spiritistoj pri ...
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Conheça algumas personalidades que contribuíram para a construção da história, fortalecimento e divulgação do Espiritismo. Adolfo Bezerra de Menezes Adelaide Câmar...
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Conheça algumas personalidades que contribuíram para a construção da história, fortalecimento e divulgação do Espiritismo. Adolfo Bezerra de Menezes Adelaide Câmara ...
http://www.febnet.org.br/site/pesquisas.php?SecPad=46&Sec=543

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Meu filho, você não merece nada


A crença de que a felicidade é um direito tem tornado despreparada a geração mais preparada
ELIANE BRUM
   Divulgação
ELIANE BRUM
Jornalista, escritora e documentarista. Ganhou mais de 40 prêmios nacionais e internacionais de reportagem. É autora de Coluna Prestes – O Avesso da Lenda (Artes e Ofícios), A Vida Que Ninguém Vê(Arquipélago Editorial, Prêmio Jabuti 2007) e O Olho da Rua(Globo). 
E-mail: elianebrum@uol.com.br Twitter: @brumelianebrum
Ao conviver com os bem mais jovens, com aqueles que se tornaram adultos há pouco e com aqueles que estão tateando para virar gente grande, percebo que estamos diante da geração mais preparada – e, ao mesmo tempo, da mais despreparada. Preparada do ponto de vista das habilidades, despreparada porque não sabe lidar com frustrações. Preparada porque é capaz de usar as ferramentas da tecnologia, despreparada porque despreza o esforço. Preparada porque conhece o mundo em viagens protegidas, despreparada porque desconhece a fragilidade da matéria da vida. E por tudo isso sofre, sofre muito, porque foi ensinada a acreditar que nasceu com o patrimônio da felicidade. E não foi ensinada a criar a partir da dor.


Há uma geração de classe média que estudou em bons colégios, é fluente em outras línguas, viajou para o exterior e teve acesso à cultura e à tecnologia. Uma geração que teve muito mais do que seus pais. Ao mesmo tempo, cresceu com a ilusão de que a vida é fácil. Ou que já nascem prontos – bastaria apenas que o mundo reconhecesse a sua genialidade.


Tenho me deparado com jovens que esperam ter no mercado de trabalho uma continuação de suas casas – onde o chefe seria um pai ou uma mãe complacente, que tudo concede. Foram ensinados a pensar que merecem, seja lá o que for que queiram. E quando isso não acontece – porque obviamente não acontece – sentem-se traídos, revoltam-se com a “injustiça” e boa parte se emburra e desiste.


Como esses estreantes na vida adulta foram crianças e adolescentes que ganharam tudo, sem ter de lutar por quase nada de relevante, desconhecem que a vida é construção – e para conquistar um espaço no mundo é preciso ralar muito. Com ética e honestidade – e não a cotoveladas ou aos gritos. Como seus pais não conseguiram dizer, é o mundo que anuncia a eles uma nova não lá muito animadora: viver é para os insistentes.


Por que boa parte dessa nova geração é assim? Penso que este é um questionamento importante para quem está educando uma criança ou um adolescente hoje. Nossa época tem sido marcada pela ilusão de que a felicidade é uma espécie de direito. E tenho testemunhado a angústia de muitos pais para garantir que os filhos sejam “felizes”. Pais que fazem malabarismos para dar tudo aos filhos e protegê-los de todos os perrengues – sem esperar nenhuma responsabilização nem reciprocidade.

É como se os filhos nascessem e imediatamente os pais já se tornassem devedores. Para estes, frustrar os filhos é sinônimo de fracasso pessoal. Mas é possível uma vida sem frustrações? Não é importante que os filhos compreendam como parte do processo educativo duas premissas básicas do viver, a frustração e o esforço? Ou a falta e a busca, duas faces de um mesmo movimento? Existe alguém que viva sem se confrontar dia após dia com os limites tanto de sua condição humana como de suas capacidades individuais?


Nossa classe média parece desprezar o esforço. Prefere a genialidade. O valor está no dom, naquilo que já nasce pronto. Dizer que “fulano é esforçado” é quase uma ofensa. Ter de dar duro para conquistar algo parece já vir assinalado com o carimbo de perdedor. Bacana é o cara que não estudou, passou a noite na balada e foi aprovado no vestibular de Medicina. Este atesta a excelência dos genes de seus pais. Esforçar-se é, no máximo, coisa para os filhos da classe C, que ainda precisam assegurar seu lugar no país.


Da mesma forma que supostamente seria possível construir um lugar sem esforço, existe a crença não menos fantasiosa de que é possível viver sem sofrer. De que as dores inerentes a toda vida são uma anomalia e, como percebo em muitos jovens, uma espécie de traição ao futuro que deveria estar garantido. Pais e filhos têm pagado caro pela crença de que a felicidade é um direito. E a frustração um fracasso. Talvez aí esteja uma pista para compreender a geração do “eu mereço”.


Basta andar por esse mundo para testemunhar o rosto de espanto e de mágoa de jovens ao descobrir que a vida não é como os pais tinham lhes prometido. Expressão que logo muda para o emburramento. E o pior é que sofrem terrivelmente. Porque possuem muitas habilidades e ferramentas, mas não têm o menor preparo para lidar com a dor e as decepções. Nem imaginam que viver é também ter de aceitar limitações – e que ninguém, por mais brilhante que seja, consegue tudo o que quer.


A questão, como poderia formular o filósofo Garrincha, é: “Estes pais e estes filhos combinaram com a vida que seria fácil”? É no passar dos dias que a conta não fecha e o projeto construído sobre fumaça desaparece deixando nenhum chão. Ninguém descobre que viver é complicado quando cresce ou deveria crescer – este momento é apenas quando a condição humana, frágil e falha, começa a se explicitar no confronto com os muros da realidade. Desde sempre sofremos. E mais vamos sofrer se não temos espaço nem mesmo para falar da tristeza e da confusão.


Me parece que é isso que tem acontecido em muitas famílias por aí: se a felicidade é um imperativo, o item principal do pacote completo que os pais supostamente teriam de garantir aos filhos para serem considerados bem sucedidos, como falar de dor, de medo e da sensação de se sentir desencaixado? Não há espaço para nada que seja da vida, que pertença aos espasmos de crescer duvidando de seu lugar no mundo, porque isso seria um reconhecimento da falência do projeto familiar construído sobre a ilusão da felicidade e da completude.


Quando o que não pode ser dito vira sintoma – já que ninguém está disposto a escutar, porque escutar significaria rever escolhas e reconhecer equívocos – o mais fácil é calar. E não por acaso se cala com medicamentos e cada vez mais cedo o desconforto de crianças que não se comportam segundo o manual. Assim, a família pode tocar o cotidiano sem que ninguém precise olhar de verdade para ninguém dentro de casa.


Se os filhos têm o direito de ser felizes simplesmente porque existem – e aos pais caberia garantir esse direito – que tipo de relação pais e filhos podem ter? Como seria possível estabelecer um vínculo genuíno se o sofrimento, o medo e as dúvidas estão previamente fora dele? Se a relação está construída sobre uma ilusão, só é possível fingir.


Aos filhos cabe fingir felicidade – e, como não conseguem, passam a exigir cada vez mais de tudo, especialmente coisas materiais, já que estas são as mais fáceis de alcançar – e aos pais cabe fingir ter a possibilidade de garantir a felicidade, o que sabem intimamente que é uma mentira porque a sentem na própria pele dia após dia. É pelos objetos de consumo que a novela familiar tem se desenrolado, onde os pais fazem de conta que dão o que ninguém pode dar, e os filhos simulam receber o que só eles podem buscar. E por isso logo é preciso criar uma nova demanda para manter o jogo funcionando.


O resultado disso é pais e filhos angustiados, que vão conviver uma vida inteira, mas se desconhecem. E, portanto, estão perdendo uma grande chance. Todos sofrem muito nesse teatro de desencontros anunciados. E mais sofrem porque precisam fingir que existe uma vida em que se pode tudo. E acreditar que se pode tudo é o atalho mais rápido para alcançar não a frustração que move, mas aquela que paralisa.


Quando converso com esses jovens no parapeito da vida adulta, com suas imensas possibilidades e riscos tão grandiosos quanto, percebo que precisam muito de realidade. Com tudo o que a realidade é. Sim, assumir a narrativa da própria vida é para quem tem coragem. Não é complicado porque você vai ter competidores com habilidades iguais ou superiores a sua, mas porque se tornar aquilo que se é, buscar a própria voz, é escolher um percurso pontilhado de desvios e sem nenhuma certeza de chegada. É viver com dúvidas e ter de responder pelas próprias escolhas. Mas é nesse movimento que a gente vira gente grande.

 
Seria muito bacana que os pais de hoje entendessem que tão importante quanto uma boa escola ou um curso de línguas ou um Ipad é dizer de vez em quando: “Te vira, meu filho. Você sempre poderá contar comigo, mas essa briga é tua”. Assim como sentar para jantar e falar da vida como ela é: “Olha, meu dia foi difícil” ou “Estou com dúvidas, estou com medo, estou confuso” ou “Não sei o que fazer, mas estou tentando descobrir”. Porque fingir que está tudo bem e que tudo pode significa dizer ao seu filho que você não confia nele nem o respeita, já que o trata como um imbecil, incapaz de compreender a matéria da existência. É tão ruim quanto ligar a TV em volume alto o suficiente para que nada que ameace o frágil equilíbrio doméstico possa ser dito.


Agora, se os pais mentiram que a felicidade é um direito e seu filho merece tudo simplesmente por existir, paciência. De nada vai adiantar choramingar ou emburrar ao descobrir que vai ter de conquistar seu espaço no mundo sem nenhuma garantia. O melhor a fazer é ter a coragem de escolher. Seja a escolha de lutar pelo seu desejo – ou para descobri-lo –, seja a de abrir mão dele. E não culpar ninguém porque eventualmente não deu certo, porque com certeza vai dar errado muitas vezes. Ou transferir para o outro a responsabilidade pela sua desistência.


Crescer é compreender que o fato de a vida ser falta não a torna menor. Sim, a vida é insuficiente. Mas é o que temos. E é melhor não perder tempo se sentindo injustiçado porque um dia ela acaba.



Matéria enviada pelo meu amigo Júlio César Rios Midon, por e.mail:



de:
 JC moriael3@uol.com.br
para:
Luiz Carlos Nogueira
data:
 23 de maio de 2012 21:59
assunto:
 Meu Filho, Você Não Merece Nada!
enviado por:
 uol.com.br
assinado por:
 uol.com.br
Imagens recebidas deste remetente são sempre exibidas


Esta matéria pode se lida na fonte, clicando neste link: 

terça-feira, 22 de maio de 2012

...sua sociedade está condenada... -Ayn Rand



FRASE DE 1920 ...

Frase da filósofa russo-americana Ayn Rand (judia, fugitiva da revolução russa, que chegou aos Estados Unidos na metade da década de 1920), mostrando uma visão com conhecimento de causa:


"Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada".

Matéria que o meu amigo Marco Antônio de Souza e Silva me enviou por e.mail:

de:
 Marco Silva massilwal@gmail.com
para:

cco:
 lcarlosnogueira@gmail.com

data:
 22 de maio de 2012 09:12
assunto:
 : Frase de 1920 ...
enviado por:
 gmail.com
assinado por:
 gmail.com

 


quinta-feira, 17 de maio de 2012

O PODER CORROMPE? OU QUEM BUSCA O PODER JÁ É UM CORROMPIDO?












Luiz Carlos Nogueira











Num dos meus artigos (no meu blog) cheguei a citar um trecho de Annah Arendt, extraído do seu livro “Condição Humana” (obra traduzida por Roberto Raposo para a Editora Forense Universitária, 10ª Ed., Rio de Janeiro, 2005, pág. 122), em que ela escreveu: “[...] O poder corrompe, de fato, quando os fracos se unem para destruir o forte mas não antes. A vontade de poder, denunciada ou glorificada pelos pensadores modernos de Hobbes a Nietzsche, longe de ser uma característica do forte, é, como a cobiça e a inveja, um dos vícios do fraco, talvez o seu mais perigoso vício.”


Hoje estive pensando, e aqui não vai uma crítica à brilhante pensadora, o que seria estupidez da minha parte, que na verdade não é exatamente quando se está no poder é que se é corrompido. Ora não se pinta de preto o que por natureza já é preto, ou seja, não se corrompe um indivíduo que já é corrupto. É claro que é muito provável do poder que o indivíduo incorporar, fazer recrudescer a sua condição de corrupto, pelas facilidades que essa condição lhe oferece. 


Ora, o indivíduo corrupto procura o antro de corruptos para se dar bem. E é exatamente por ser corrupto que procura se apossar e tomar conta do poder, e daí empregar a sua esperteza a serviço da corrupção que por sua vez aumenta-lhe mais ainda o poder, e por conseqüência — o seu patrimônio, além de obter inúmeras vantagens que satisfazem seu ego de psicopata. Por acaso o diabo vai à missa? Claro que não. Mas se por acaso ele entrar numa igreja, os fiéis é que devem se cuidar! (aqui a comparação com o diabo é uma metáfora).


E por isso que se cometem as extravagâncias públicas, como escreveu Adam Smith em “A Riqueza das Nações”, (Vol. I,tradução de Luiz João Baraúna para a Editora Nova Cultural Ltda, São Paulo,Sp, 1996, pág.343), para ilustrar:As grandes nações nunca empobrecem devido ao esbanjamento ou à imprudência de particulares, embora empobreçam às vezes em conseqüência do esbanjamento e da imprudência cometidos pela administração pública. Toda ou quase toda a renda pública é empregada, na maioria dos países, em manter cidadãos improdutivos.”.


Dentre as extravagâncias públicas, inclui-se a corrupção, sem dúvidas, pois caso contrário, em havendo honestidade, dedicação e eficiência no trato do dinheiro público arrecadado dos impostos e taxas, por sinal, altíssimos, para poder custear os festivais de sem-vergonhices, pelos menos as extravagâncias seriam minimizadas.


Mas o maior problema que não ajuda a acabar com a corrupção, é a certeza que os corruptos têm da IMPUNIDADE. Quando algum deles é condenado, sempre dá um jeito para não ficar na cadeia e tampouco para não devolver o produto das suas apropriações indébitas. Eu imagino o nosso Erário como um saco cheio de pequenos furos, feitos por ratos.


Segundo estudos feitos pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), durante 18 anos, ou seja, no período entre 1988 e 2007, o Supremo Tribunal Federal (STF) não condenou nenhum agente político. Durante este período, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) condenou apenas cinco autoridades.


A corrupção é algo que se arrasta desde a época do Império, até nossos dias, pelos menos é isso que a História nos conta. Tudo só pode ter começado por alguns “picaretas” que decerto não ficavam corados de vergonha diante da sua família e amigos, quando suas falcatruas eram descobertas. Mas o que parece todos os membros das famílias dos “picaretas”, com raríssimas exceções achavam e acham que a corrupção era ou é uma coisa normal. Levar vantagem deve coisa de gente inteligente e esperta. Isso foi um contágio que veio se transmitindo de avós, pais, tios, primos, etc., para as gerações mais novas.


Esse pessoal (corruptos) têm sorte enorme de não terem nascido na China comunista, onde os  casos de corrupção grave são punidos pela pena de morte. No Japão existe a pena de morte por outros crimes, mas alguns ainda praticam o ritual suicida chamado popularmente de  Harakiri  que significa literalmente "cortar a barriga" ou "cortar o estômago". Ele é feito para recuperar a honra pessoal ou limpar o nome da família, caso essa honra seja perdida em alguma atitude indigna,


Mas as “cobras de terno e gravata” estão soltas e debochando de todos. Esses corruptos são dotados de uma psicopatia estarrecedora porque pelo que tenho de informação, um psicopata não tem cura.


E para que o leitor tenha uma idéia melhor do seja um psicopata, tomei emprestado da Dra. Ana Beatriz Barbosa Silva, psiquiatra brasileira de renome, alguns trechos da descrição desse tipo de indivíduo, extraídos do livro “Mentes Perigosas, O Psicopata Mora ao Lado” – Rio de Janeiro: Editora Objetiva Ltda, 2008:


“É importante ressaltar que o termo psicopata pode dar a falsa impressão de que se trata de indivíduos loucos ou doentes mentais. A palavra psicopata literalmente significa doença da mente (do grego, psyche = mente; e pathos = doença). No entanto, em termos médico-psiquiátricos, a psicopatia não se encaixa na visão tradicional das doenças mentais. Esses indivíduos não são considerados loucos, nem apresentam qualquer tipo de desorientação. Também não sofrem de delírios ou alucinações (como a esquizofrenia) e tampouco apresentam intenso sofrimento mental (como a depressão ou o pânico, por exemplo).


Ao contrário disso, seus atos criminosos não provêm de mentes adoecidas, mas sim de um raciocínio frio e calculista combinado com uma total incapacidade de tratar as outras pessoas como seres humanos pensantes e com sentimentos.


Os psicopatas em geral são indivíduos frios, calculistas, inescrupulosos, dissimulados, mentirosos, sedutores e que visam apenas o próprio benefício. Eles são incapazes de estabelecer vínculos afetivos ou de se colocar no lugar do outro. São desprovidos de culpa ou remorso e, muitas vezes, revelam-se agressivos e violentos. Em maior ou menor nível de gravidade e com formas diferentes de manifestarem os seus atos transgressores, os psicopatas são verdadeiros "predadores sociais", em cujas veias e artérias corre um sangue gélido.


Os psicopatas são indivíduos que podem ser encontrados em qualquer raça, cultura, sociedade, credo, sexualidade, ou nível financeiro. Estão infiltrados em todos os meios sociais e profissionais, camuflados de executivos bem-sucedidos, líderes religiosos, trabalhadores, "pais e mães de família", políticos etc. Certamente, cada um de nós conhece ou conhecera algumas dessas pessoas durante a sua existência. Muitos já foram manipulados por elas, alguns vivem forçosamente com elas e outros tentam reparar os danos materiais e psicológicos por elas causados.


Por isso, não se iluda! Esses indivíduos charmosos e atraentes frequentemente deixam um rastro de perdas e destruição por onde passam. Sua marca principal é a impressionante falta de consciência nas relações interpessoais estabelecidas nos diversos ambientes do convívio humano (afetivo, profissional, familiar e social). O jogo deles se baseia no poder e na autopromoção às custas dos outros, e eles são capazes de atropelar tudo e todos com total egocentrismo e indiferença.”


“A psicopatia nas diversas profissões


Os psicopatas não vão ao trabalho, vão à caça. Como observamos na primeira parte do capítulo, no mundo corporativo a ação dos psicopatas pode ser comparada a de animais ferozes na busca implacável do poder e do domínio sobre o maior número de pessoas possível, assim como os grandes predadores fazem na demarcação dos seus territórios.


A grande maioria dos psicopatas utiliza suas atividades profissionais para conquistar poder e controle sobre as pessoas. Essas ocupações podem auxiliá-los ainda na camuflagem social daqueles que não levam uma vida francamente marginal (delinquentes mais perigosos). Muitos se camuflam em pessoas responsáveis através de suas profissões. Nesse contexto, podemos encontrar policiais que dirigem redes de prostituição, juízes que cometem os mesmos delitos que os réus - mas no julgamento os condenam com argumentações jurídicas impecáveis, banqueiros que disseminam falsos boatos económicos na economia. Também estão alguns líderes de seitas religiosas, que abusam sexualmente de seus discípulos, ou ainda políticos e homens de Estado que só utilizam o poder em proveito próprio. Estes últimos costumam representar grandes perigos pelo tamanho do poder que podem deter.


A política propicia o exercício do poder de forma quase ilimitada. Poucos cargos permitem um exercício tão propício para atuação dos psicopatas. A "renda" material que eles podem obter também é praticamente incalculável, quando exercem a profissão de forma ilegal. O próprio salário deles também é muito bom, se comparados aos salários dos executivos das corporações privadas. E o fato de terem um foro privilegiado quase lhes assegura de forma impune o exercício do poder com outros fins que não sejam os de servir aos interesses da nação. Todos esses ingredientes fazem uma pizza gostosa de comer, com possibilidade de indigestão quase nula. No Brasil, esse fenómeno torna-se mais gritante porque a impunidade funciona como uma doença crónica e deriva de um somatório que inclui um sistema policial deficitário, um aparelho judiciário emperrado e um código processual retrógrado.


Esse fato pode ser facilmente verificado pelas inúmeras manchetes que diariamente noticiam os diversos crimes cometidos por maus políticos: lavagem de dinheiro público, formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, gestão fraudulenta, evasão de divisas, crime de peculato, desvio de recursos de obras públicas, envio ilegal de dinheiro ao exterior, crime contra a administração pública e por aí vai.


A coisa chegou a tal ponto, que a palavra "política" passou a designar precisamente esse jogo amoral no qual a igualdade é sempre ultrapassada por pessoas que, desdenhando das leis, passam a controlá-las em vez de zelar por elas. Ou um ritual os quais os criminosos são acusados, mas quando são importantes, livram-se da pena porque têm comprovadas relações pessoais e partidárias com os donos do poder. Roberto DaMatta (sociólogo). Revista Veja, ed. 2.021, ano 40, artigo: "Sem culpa e sem vergonha", Ed. Abril, 15/8/2007.“


“Nos próximos capítulos tentarei esmiuçar o máximo possível todas as facetas dos psicopatas. Mas antes de chegarmos a essa etapa mais clínica sobre o comportamento dessas criaturas maléficas, gostaria de compartilhar com você, leitor, uma dica que julgo ser bastante preciosa: fique muito atento ao "jogo da pena" (do coitadinho).”


“A piedade e a generosidade das pessoas boas podem se transformar em uma folha de papel em branco assinada nas mãos de um psicopata. Quando sentimos pena estamos vulneráveis emocionalmente, e é essa a maior arma que os psicopatas podem usar contra nós.